Às vezes nos perdemos,
Em meio às estradas
Desconhecidas da vida.

Sem querer nos envolvemos
Com as quimeras da caminhada,
Suas nuances escondidas.

Somos atraídos pelas aventuras
De suas fantasias;
Dos seus mirabolantes trajetos.

Reclusos do seu universo de censuras,
De brilho e magias,
De percursos incertos.

Cruzamentos indefinidos
De sinuosas curvas,
De momentos imprevisíveis.

De espinhos e flores revestidos,
Banhados por águas turvas,
De trechos intransitáveis.

Às vezes nos encontramos
Na contramão das decisões,
Das incógnitas dos seus retornos.

Fugindo dos que amamos;
Refém das ilusões
Limitados pelos seus contornos.

Às vezes não entendemos
Os traçados da nossa vida,
Sua metamorfose constante.

Desprezamos seus ensinamentos
Somos atraídos pelas suas avenidas,
Repletas de atrações delirantes.

Às vezes percorremos
Seus anônimos atalhos,
Caminhantes de suas rotinas.

Dos roteiros que não conhecemos,
Dos scripts que são apenas retalhos,
Quando o tempo encerra às suas cortinas.