JValdomiro
A saudade é como o perfume da brisa, que acaricia nosso rosto e depois vai embora sem dizer adeus.
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Eu me perco onde deveria
Encontrar-me!
Acho-me por entre
Meus pensamentos,

Onde floresce meus versos;
E, aí eu vou caminhando
Solitário como àquela
Brisa fagueira,

Que um dia me acalentou
Em seus braços
E me ensinou
A amar o que não era amado.

Eu me encontro onde
Não deveria me perder!
Vejo-me por entre
As minhas rimas que aquece

Meu coração vagabundo
Com a chama dos amores,
Que me fizeram acreditar
Em suas juras.

Procuro na minha metade
A outra parte perdida.
Adormeço ao nascer do sol,

Acordo com o brilho
Das estrelas
Ofuscando meu olhar,
E, à noite me consome.

Sou seduzido pela sua
Refulgente sutileza;
Exuberante beleza
De uma deusa nua,

Que me ilude
Com à sua magia
E, me inebria,
Com o seu efêmero perfume.

Viajo pelos parágrafos
Dos meus textos;
Percorro suas linhas
E no meio do tempo

Eu me reconheço.
O espelho do camarim reflete
Meus cabelos brancos
Como os raios do luar,

Que outrora foram pretos
Soltos ao vento;
Meu talismã preferido
Da edição de um livro,
Que não cheguei a publicar.
JValdomiro
Enviado por JValdomiro em 04/08/2016
Alterado em 04/08/2016
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